Histórico de Cursos em Presídios no Brasil

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2018 e 2019 – Primeiros cursos para detentos no Brasil

Em abril de 2018, na penitenciária de Ribeirão das Neves, Minas Gerais, (instituição mista público-privada nos arredores de Belo Horizonte), foi realizado o primeiro curso de Vipassana em presídios no Brasil. Os participantes receberam calças e camisetas brancas para usar no lugar de seus habituais uniformes vermelhos. Eles saíram da sua rotina cotidiana durante 10 dias e, em silêncio, trabalharam para purificar suas mentes a partir da observação do ar entrando e saindo e de suas próprias sensações físicas normais, naturais.

O primeiro curso aconteceu depois que o próprio diretor do presídio, Rodrigo Gaiga, participou de um curso de 10 dias em 2017 e entendeu que Vipassana poderia ser uma ferramenta de reabilitação poderosa. Ele convenceu seus superiores a permitir o curso, com todas as condições necessárias: uma ala do presídio reservada para os participantes, preparo de refeições vegetarianas, aquisição de almofadas de meditação, entre outros detalhes.

Sala de meditação do primeiro curso prisional do Brasil em abril de 2018, em Ribeirão das Neves, MG.
Rodrigo Gaiga, diretor-presidente da Gestores Prisionais Associados (GPA) e administrador do complexo penitenciário, participou de um curso de 10 dias de Meditação Vipassana  em 2017 e percebeu que  a técnica poderia ser de grande ajuda no processo de ressocialização e convivência dos  presos.
Curso de 2018 em Ribeirão das Neves, MG.
Alunos e servidores do curso de 2018 em Ribeirão das Neves, MG, com o professor Robson. Um total de 21 homens completaram o curso.
Dia de Metta – curso de 2018 em Ribeirão das Neves, MG.
Dia de Metta – curso de 2018 em Ribeirão das Neves, MG.
Dia de Metta – curso de 2018 em Ribeirão das Neves, MG. Neste dia os internos participam de uma cerimônia com as autoridades do presidio e os familiares. Seus depoimentos sinceros tornam a jornada emocionante.

​Um dos alunos comentou:

Foi uma batalha que enfrentamos ali, mas valeu a pena. Aprendi a lidar com meus problemas e a controlar a ansiedade, a dor física.

Outro disse:

Eu continuo a meditar todo dia na minha cela. Aprendi que todo sofrimento é causado por apego e que nada permanece como é. Agora estou na prisão, mas isso vai mudar. Comecei a me sentir confortável o suficiente para refletir, e isso trouxe calma.

Um dos servidores do primeiro curso explicou:

As paredes não são a verdadeira prisão. A verdadeira prisão está dentro da mente. Mas a libertação também é interna.

Disse o professor:

Todo esse processo de observar a realidade, de manter a mente pura, de permitir que as impurezas subam à superfície e desapareçam – todo esse processo leva quatro qualidades a se manifestar nas pessoas. E essas qualidades são amor, compaixão, alegria e equanimidade.

Após o primeiro curso, foram realizados diversos cursos de 1 dia uma vez por mês em Ribeirão das Neves, enquanto foi possível para alunos antigos residindo na área oferecerem este acompanhamento.

Em maio de 2019, Ribeirão das Neves recebeu seu segundo curso de 10 dias.

2018 – São Paulo

Enquanto isso, no estado de São Paulo, estava sendo planejado um curso de 10 dias na Penitenciária I de Potim, uma unidade governamental onde uma estudante de Vipassana oferecia serviço voluntário e conhecia de perto a dra. Sueli Zeraik de Oliveira Armani, juíza de Direito, Tribunal de Justiça do estado de São Paulo. Potim foi escolhido por ter as condições propícias para o curso e pela receptividade de seu diretor, o dr. Gustavo Testa Fernandes, além de contar com o apoio da dra. Sueli que, desde o primeiro contato, acolheu o programa como algo capaz de trazer muita esperança e imensos benefícios aos internos.

Antes desses cursos, o Comitê de Presídios, formado por alunos antigos e alguns professores, realizou uma serie de visitas para dar apresentações sobre Vipassana aos internos.

Depois de várias semanas de preparo, onde foram apresentados os filmes “Tempo de Espera, Tempo de Vipassana” e “Os Irmãos em Dhamma”, foram deixados banners explicativos dos cursos em presídios no mundo, conversando com os internos, respondendo às dúvidas sobre o curso e meditando Anapana, o primeiro curso em São Paulo foi realizado entre 22 de agosto e 02 de setembro de 2018, com 19 detentos, dos quais 18 completaram o curso.

Houve muita boa vontade e colaboração por parte da organização das penitenciárias que inclusive pintaram as paredes e ajudaram no preparo do local.
Destes 18 que completaram o curso em Potim, um foi libertado no final do curso, notícia que foi anunciada pela juíza na cerimônia de encerramento. Os outros 17 permaneceram presos cumprindo suas penas. Outros 12 internos passaram para o regime semiaberto (Potim é presídio de regime fechado) no local onde o curso era realizado (Escola 2, dentro da penitenciária). A direção prisional também apoiou a ida destes 12 de regime semiaberto ao espaço de meditação para que praticassem duas horas diárias.

Um grupo de servidores se comprometeu a ir uma vez por mês para apoiar, como anfitriões, um curso de um dia. Três meses depois, 12 dos homens continuavam a meditar duas horas por dia e cursos de 1 dia estavam sendo realizados uma vez por mês ou mais. Mas a pandemia COVID-19 interrompeu estes cursos e as visitas mensais dos servidores.

Depois do primeiro curso, foi realizado um segundo entre os dias 01 e 11 de outubro de 2019. Ambos os cursos foram conduzidos pelo professor Robson Almeida, de Caeté, Minas Gerais.

Sala de meditação do curso de 2018 em Potim I. Após o curso, 12 presos foram transferidos para regime semiaberto e continuaram praticando duas horas por dia neste local.
Segundo curso em Potim I, São Paulo (2019).
Alunos e servidores do segundo curso em Potim I, São Paulo (2019).
Algumas autoridades que participaram na cerimônia de finalização do curso.
Cerimônia final do curso de 2019 em Potim, SP.
Dr Gustavo Testa e a dra. Sueli Zeraik de Oliveira Armani, na cerimônia de encerramento do curso em Potim, SP (2018).

O primeiro curso em Potim foi documentado no filme “Ilha do Silêncio”, dirigido por Germán Perez (Dipa Audiovisual). Este documentário nos convida a conhecer, através das palavras dos participantes e envolvidos no curso, as profundas mudanças de consciência que eles experimentaram nos dez dias de silêncio e introspecção. Também nos mostra como é a vivência de um curso de meditação em uma prisão de segurança máxima. O documentário pode ser assistido no endereço https://vimeo.com/346906256 ou abaixo.

2022 – curso no Nordeste do Brasil (Pará)

De 22 de fevereiro a 05 de março, foi realizado um curso de 10 dias na unidade Benevides da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (FASEPA), situada na região metropolitana de Belém. De início, 7 jovens socioeducandos se inscreveram para participar do curso, mas apenas 5 foram considerados aptos pela direção do presídio. Desses, 1 desistiu antes do final, mas 4 jovens terminaram com êxito o curso e demonstraram ter se beneficiado da experiência.

Cela em FASEPA, unidade Benevides, 2022

A história dessa realização começa ainda no dia de Metta do primeiro curso de 10 dias de Vipassana que foi realizado no Pará. Nessa ocasião, uma das alunas, após finalizado o curso, colocou os organizadores do curso em contato com dr. Sandoval Alves da Silva, idealizador e principal responsável pelo projeto Escrevendo e Reescrevendo Nossa História (PERNOH). Esse projeto é uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho do Estado do Pará que tem por objetivo a construção de um diálogo interdisciplinar e interinstitucional sobre a inclusão social e a qualificação profissional de pessoas em situação de vulnerabilidade, de egressos do sistema penitenciário e dos que cumprem medidas socioeducativas.

Uma série de encontros virtuais foi realizada, visando esclarecer junto às instituições paraenses a importância da difusão da técnica de meditação Vipassana a esse público, e também apresentar os critérios e condições básicas para que um curso dentro do sistema prisional ou da socioeducação pudesse ser viabilizado.

Assim, a FASEPA disponibilizou aos colaboradores de sua única unidade que trabalha com jovens adultos (18 a 21 anos) a possibilidade de liberação de suas responsabilidades laborativas pelo período de 11 dias. Desses, dois funcionários da FASEPA participaram de um curso de 10 dias e puderam conferir por si mesmos os benefícios que o acesso à técnica poderiam proporcionar ao público atendido por sua instituição.

Dois funcionários da FASEPA também participaram de um curso de 10 dias e puderam conferir por si mesmos os benefícios que o acesso à técnica poderiam proporcionar ao público atendido pela sua instituição.

O curso foi conduzido pelo professor Mário Márcio Ferreira da Silva.

Sala de Meditação FASEPA, unidade Benevides, 2022
Alunos, funcionários e servidores da FASEPA, unidade Benevides, 2022
No dia de Metta do curso realizado na FASEPA, um dos jovens que concluiu o curso, inspirado por uma imagem que conheceu em um dos livros expostos para consulta, desenhou uma figura de um Buda meditando na parede da sua cela.

2023 – Primeiro Curso no Presídio de Igarassu, Pernambuco

Presídio de Igarassu, PE

Em março de 2018 foram feitas os primeiro contatos Presídio de Igarassu (PIG; grande Recife, PE) e mostrado parte do vídeo “Tempo de Espera, Tempo de Vipassana” (DTDV). Na segunda visita foram feitas diversas apresentações pois havia mais interessados do que cabiam na sala e foram organizadas visitas semanais com sessões de mini-Anapana. A partir de abril 2018 um servidor local passou a conduzir essas sessões. Depois de 5 anos, o resultado foi um curso Vipassana de 10 dias nesse presídio.

Em janeiro de 2023 o sr. Charles nos convidou para retomar as atividades semanais no PIG. Disse-nos que a melhora no comportamento dos detentos com as sessões regulares de mini-Anapana significou muito e que esperava que as novas construções fossem o suficiente para que o primeiro curso pudesse acontecer. Ele nos apresentou o sr. Carlos Henrique, que acompanhou a retomada dos encontros. Após preenchimento de ficha preliminar por 15 interessados, foi acertado com a direção do PIG o período de 20 de junho a 01 de agosto para a realização do curso.

Servidores e alunos, Igarassu 2023
Servidores e alunos, Igarassu 2023

Uma das novas áreas construídas foi perfeita para receber 14 alunos. O espaço escolhido para a Sala de Meditação foi o mesmo onde semanalmente eram realizados os encontros de mini-Anapana. O refeitório ficou na sala de informática, onde bastou retirar os computadores. Para o dormitório, separações individuais para cada aluno foram criadas em uma área de academia com vestiário. O dormitório dos servidores, em separado, ficou ao fundo da academia, com uma porta separando os espaços. Um banheiro exclusivo foi disponibilizado para os servidores.

O curso iniciou-se no dia 20 de junho com a presença de 11 alunos, 1 professor, 4 servidores internos, 1 servidor para apoio externo. Para a preparação dos alimentos, houve o suporte de um cozinheiro e um auxiliar de cozinha (fornecidos pela PIG). Por parte do presídio, também foram designados funcionários do staff administrativo e da segurança, juntamente com um rádio-comunicador.

Às 17:00, o diretor Charles e Carlos Henrique, responsável pelo acolhimento do curso, estiveram presentes junto aos alunos para dar estímulo e parabéns a todos pela escolha de participarem do curso de meditação. Carlos Henrique esteve sempre à disposição para apoiar no que fosse necessário durante o curso.

O curso foi conduzido pelo professor Robson Almeida.

Sala de meditação e refeitório, Igarassu 2023.

Sementes de Dhamma Plantadas nos Presídios (Propostas em Nível Nacional)

2006 – Início em Foz do Iguaçu, Paraná

Para que estes cursos acontecessem, sementes começaram a ser plantadas muitos anos antes. O trabalho começou em Foz de Iguaçu por volta de 2006. Um meditador que trabalhava na polícia federal teve sucesso ao convidar colegas da Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu (PEF I) para sentar um curso de 10 dias em Caaguazú, no Paraguai. A professora Macarena estava conduzindo este curso e foi convidada para visitar o presídio junto com um grupo de servidores, e o estudante-policial fez as gestões. Juntos visitaram as instalações que, à primeira vista, reuniam as condições para fazer um curso.

O dr. Alexandre Calixto da Silva, diretor do referido presídio estadual (mas com administração privada), embora sem ter experiência direta em Vipassana, abriu as portas para esta iniciativa com entusiasmo. Com a ajuda das psicólogas e assistentes sociais da casa, foram iniciados contatos diretos com os agentes penitenciários, sendo-lhes mostrado o DVD “Doing Time, Doing Vipassana” (Tempo de Espera, Tempo de Vipassana) e foram realizadas conversas sobre a experiência com a participação de alunos antigos e da professora.
Desses encontros resultou que um agente penitenciário participou de um curso de 10 dias em Dhamma Santi (centro de meditação Vipassana em RJ) e outros três agentes, um dos quais do sexo feminino, participaram de um curso de dez dias em Caaguazú, Paraguai.

As condições para a realização de um curso, embora aprovadas pelo diretor do presídio, foram recusadas pelo chefe da segurança por não poder garantir a segurança do professor e dos alunos dentro do presídio. Para que o curso fosse viabilizado, seria necessário que ao longo dos 11 dias houvesse policiais militares disponíveis para acompanhar o curso, o que não seria possível, tornando o curso inviável.

2007 – 2008 – Rio de Janeiro

O Comitê de Presídios esteve em contato com representantes do judiciário e com administradores penitenciários para a realização de cursos no sistema prisional também no estado do Rio de Janeiro. Em encontro com o dr. Márcio da Silva Rocha, Subsecretário de Tratamento Penitenciário (que integra a Secretaria de Administração Penitenciária, SEAP), articulado pelo Diretor do Presídio de Japeri, sr. Humelino, foi manifestado o interesse deles em sentar um curso de dez dias, bem como confirmado o interesse do sr. Humelino em organizar um curso de 10 dias na instituição prisional por ele dirigida. O dr. Márcio visitou Dhamma Santi em 22 junho de 2008 e reiterou seu apoio à realização dos cursos nos presídios.

Em outra ocasião, em 2007 foi realizada uma visita, por um grupo de servidores junto ao professor Daniel Mayer, a um presídio provisório no Rio de Janeiro, onde as condições para a realização de um curso não foram consideradas adequadas, por haver muitos presos em cada cela, e isso tornaria muito difícil a viabilidade de um curso. Lá conversamos com o responsável, que explicou que alguns grupos religiosos visitavam a prisão.

O próximo lugar visitado foi o presídio de Japeri, RJ, onde havia mais espaço e talvez condições de abrigar um curso. Mas o ruído no presídio, pela comunicação em código entre os internos, através de gritos, foi uma experiência decisiva para o equipe constatar que não seria possível fazer um curso.

Email enviado pelo diretor Humelino a uma integrante do Comité de Presidios:

Srtª Renata, não abandonei a proposta que me fez, apenas tenho que administrar alguns conflitos e problemas que o sistema me impõe. Aproveito a oportunidade para convidá-lá, juntamente com aquela equipe iluminada que me prestigiou com uma visita simples, porém, muito significativa, a participar da inauguração da Setor de Atendimento aos visitantes e familiares dos internos, a ser realizado no dia 28/12/2007 às 10:00. Ficaria muito honrado com a vossa presença […]

Humelino […]

Casa de Custódia Cotrim Neto em Japeri

Outro local visitado no Rio de Janeiro foi o presídio feminino Talavera Bruce, onde o Diretor deixou claro que seria pouco provável as detentas se interessarem, em parte devido ao fato da maioria trabalhar na fábrica de fraldas da unidade, o que dá direito a redução de pena (um curso de Vipassana nunca oferece esse benefício). As condições físicas do local tampouco eram adequadas por não haver um espaço onde isolar quem estivesse sentando o curso das demais detentas. A grande presença evangélica também seria um empecilho. Ainda no Rio de Janeiro foi visitada a escola Anacleto que funciona no presídio Evaristo de Moraes (masculino, segurança máxima) onde foi projetado TETV (DTDV) para professores e um pequeno grupo de alunos/detentos. Enquanto viam o filme e depois conversamos, os demais detentos, ao nosso redor, gritavam e sacudiam as grades das celas. Um dos alunos/detentos comentou:

Tudo o que queria agora era dez dias de silêncio.

2008 – Encontro em Brasília

Em Brasília, o Comitê teve a oportunidade de apresentar esse material ao Ministério da Justiça no dia 26/05/2008, em reunião no Ministério da Justiça do Conselho Nacional de Políticas Criminais e Penitenciárias (CNPCP), formado por juízes e promotores que representam cada estado da federação para construção de um plano nacional do sistema penitenciário. Em seguida à apresentação, alguns conselheiros manifestaram-se interessados em realizar os cursos nos seus respectivos estados (MG, AM, PE e BA). O coordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Quintanilha Telles de Menezes, não estava presente nessa reunião ordinária mas foi ele quem proporcionou ao comitê a oportunidade junto ao CNPCP.

Durante a acima citada sessão no Ministério da Justiça, foram distribuídos folhetos informativos a autoridades do sistema penitenciário e foi projetado o filme “Tempo de espera, tempo de Vipassana”. Alguns anos depois, um desses juízes, que servia na Secretaria de Direitos Humanos de Salvador, aprovou a proposta de se realizar um curso de 10 dias em um presídio baiano, apresentado por uma meditadora argentina então morando na Bahia. Agentes penitenciários chegaram a se inscrever para sentar um curso de 10 dias em Dhamma Santi mas, na última hora, cancelaram. Não se falou mais no projeto.

2015 – Minas Gerais

Em Minas Gerais, em 2015, os membros do Comitê de Presídios, com os professores Valéria e Robson, visitaram unidades prisionais particulares administradas pelo grupo “Minas para a Paz”. Foram distribuídos os livros “A arte de viver” e “Príncipe Sidarta, a história do Buda” e realizada sessão de mini-Anapana.

Dois funcionários chegaram a participar de um curso de 10 Dias em MG, mas depois consideraram que contrariava as suas crenças e não recomendaram o curso para as unidades prisionais.

2018 – Visita ao Complexo Prisional em Taubaté, SP

Em São Paulo, foi visitado um presídio feminino com regime prisional semiaberto. Devido às características da estrutura física, ficou claro não ser viável a realização de um curso de Meditação Vipassana de 10 dias no local.
Além disso, o regime semiaberto permitia que muitas das detendas estivessem trabalhando, estudando ou com possibilidade de soltura a qualquer momento.

Visita no complexo prisional de Taubaté, SP (2018)

2023 – Curso de 10 Dias Será Realizado na Penitenciária Feminina de Sant’Ana (São Paulo, SP)

Penitenciária feminina de Sant’Ana, São Paulo

“Sementes de Dhamma foram lançadas e estão sendo regadas com muita metta”

servidor em visita ao presídio de San’Ana

Em abril de 2023 várias unidades prisionais no estado de São Paulo foram visitadas:

  • duas unidades masculinas em Sorocaba;
  • uma unidade feminina em Votorantim; e
  • uma unidade feminina em São Paulo, no bairro de Santana.

Em 28 de julho, um grupo de servidores, juntamente com a professora Macarena, foi recebido no presídio de Sant’Ana pelo diretor Dr. Oswaldo e sua equipe de diretores, Raquel e Jorge. Foram apresentadas palestras explicativas para a equipe de trabalho da Penitenciária, e também para um grupo de 30 detentas. Elas ficaram agradecidas, e muitas preencheram as fichas de inscrições disponibilizadas pelos servidores, mesmo sem uma data estabelecida para um curso.

Nas próximas semanas, outros encontros semelhantes aconteceram em Sant’Ana, e logo a direção do presídio confirmou, juntamente com os servidores, uma data para o início de um curso neste local.

Assim, anunciamos com alegria que de 21 de novembro a 02 de dezembro de 2023 acontecerá o primeiro curso de Vipassana de 10 dias para mulheres em uma unidade prisional no Brasil, no presídio de Sant’Ana. Doações para financiar este curso podem ser feitas aqui.

Em preparação para este curso – e outros futuros no local –, uma área está sendo reformada. Além disso, durante os próximos meses (setembro-novembro/2023), continuarão as visitas periódicas a Sant’Ana com sessões de meditação Anapana para funcionários do presídio e para as detentas, também em preparação para o curso.

Penitenciária Feminina de Sant’Ana, São Paulo

Seguimos no caminho do Dhamma, confiantes.

Com a meditação Vipassana é possível se libertar do sofrimento e alcançar a felicidade.


Atualizado em 12 de setembro de 2023